Gordofobia é a aversão/rejeição às pessoas gordas.
Eu sempre tive problemas de peso, fui uma criança, adolescente e adulta gorda.
Já sofri bullying, vergonha, discriminação, gozação e muito mais. Mas não vou entrar nos detalhes da apologia a magreza ou a busca de padrões de beleza inatingíveis, nem falar que do “peso” que a mídia impõe para ser magro, resultando em um bando de gente infeliz.
Hoje quero escrever sobre o susto que tomei ao perceber que eu tenho preconceito contra gordos! Como assim?!
Pois é. Outro dia fui assistir a uma palestra, subiu no palco uma jovem, bonita, bem arrumada… e gorda. Logo pensei…ih! lá vem, vai ser um desperdício de tempo.
Juro! Fiquei esperando que a palestrante fosse ruim, incapaz, chata!
No final das contas a palestra foi ótima. E eu saí com o peso dessa nova consciência.
Cheguei a conclusão que parte da minha infelicidade vem daí. Eu com esse preconceito sempre me coloquei numa posição inferior e achando que tinha que trabalhar o dobro para ser inteligente, perspicaz, ágil, além de bonita e bem arrumada, claro. A vida toda, não só carreguei o peso corporal mas também o peso de toda essa auto cobrança.
Eu me pergunto se outras pessoas também tem “auto-preconceitos”. Um amigo negro me falou que é difícil sempre ser considerado bandido até conhecê-lo melhor. Imagina viver com esse peso?!
Será que o cara baixinho se incomoda com isso? Afinal dizem que os altos se dão melhor profissionalmente. E os deficientes? Os altos, magros, ricos, pobres, japoneses, alemães…
Eu ainda acho que muitas pessoas pensam como eu, e que realmente a aparência já te coloca em vantagem ou desvantagem logo de cara. O famoso julgar o livro pela capa. Mas já fiquei feliz em perceber a mudança em mim!